domingo, 19 de abril de 2015

mecanismo robótico


As engrenagens enferrujadas
O motor já não funciona
O corpo, entorpecido já não sente mais,
Não se alimenta de óleo, se alimenta da solidão
Sistemático e seletivo, não por opção
                                                         
Peças frias refletem o corpo
Ora frio por dentro e quente por fora
Ora quente por fora e frio por dentro
Correntes de amargura e tristeza se entrelaçam entre si
Formando a dança mais apreciável que já se pode ter visto
Os dedos tortos e incompletos rementem aos corpos antigamente tocados,
Os olhos num ponto fixo, olham o futuro de maneira tímida e curiosa
As pernas, como ficaram, traziam a inocência que ali foi perdida
A boca, com o traço suave, marcava sua delicadeza, essa que talvez nunca existiu

As fotos, todas emolduradas traziam a sensação de paz e conforto
Traziam a liberdade, felicidade momentânea
Os sorrisos perdidos, um dia se encontrarão, da maneira mais sincera e bonita
Os abraços não serão apenas sentidos, e sim apreciados

E sentir com prazer, será uma satisfação

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